TERAPIA FAMILIAR
A Terapia Familiar fundamenta-se na constatação de que o homem não é um ser isolado, mas um membro ativo e reativo inserido em grupos sociais.
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Aplicando este conceito aos sistemas familiares em concreto, conclui-se que o indivíduo faz parte de uma estrutura familiar existente num sistema social, ao qual se deve adaptar para dele fazer parte integrante.

O objectivo da Terapia Familiar é mudar comportamentos para uma melhor qualidade de vida individual e familiar, intervindo directamente sobre a visão que os membros da família têm sobre si próprios, sobre os restantes elementos e sobre a estrutura familiar.
Neste contexto, terapeutas e família, criam uma equipa de trabalho para mudar o funcionamento da dinâmica familiar, de modo a favorecer o bem-estar de cada membro.
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A terapia familiar, em termos gerais, consiste num processo em que as famílias que não conseguem, em dada altura, ultrapassar as suas dificuldades relacionais, podem reencontrar uma solução para os seus problemas e aprender uma nova forma de vida.
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A função do terapeuta, neste contexto, é “abrir novas perspectivas sobre velhos problemas e ajudar o cliente a contar uma nova historia com os dados que possui” [1].
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A terapia familiar é uma estratégia de intervenção junto de indivíduos agregados por laços familiares e que se centra sobretudo no sistema de interações que se desenrolam entre os seus elementos.
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Para o sucesso do processo terapêutico com as famílias, é decisivo que os membros da família sistémica se disponibilizassem a colaborar, pois de acordo com Minuchin, uma parte da família é incompreensível quando isolada dos seus restantes membros e só se pode perceber o funcionamento da família conhecendo como funciona cada uma das suas partes.
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A terapia familiar pretende trabalhar sobre as relações familiares significando isto que não se trabalha apenas o indivíduo na família, mas sim o grupo familiar como um todo.
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Durante o processo a família oferece aos seus elementos novas imagens de si mesmos. Esta estratégia abre um variado leque de possibilidades e cria oportunidades para mudanças significativas.
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A família é um sistema aberto, em transformação, com um conjunto de padrões, no âmbito dos quais os seus membros interagem, regulados pelo comportamento dos restantes membros da família.
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Assim sendo, quando uma das pessoas da família se apresenta como Paciente Identificado, o problema referido não é responsabilidade apenas dessa pessoa. O que surge como um problema individual serve de aviso para a restante família e evidencia um problema que afeta todos os elementos.
“A terapia familiar é útil quando as pessoas têm dificuldades em se relacionarem, marido e mulher, pai e mãe, pais e filhos, irmãos e irmãos, quando alguém está com medo, ansioso, angustiado, deprimido, quando as pessoas fazem ou dizem coisas que podem provocar mágoa ou raiva; quando os filhos apresentam problemas de comportamento ou de aprendizagem, etc.”[2]
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No contexto atual em que as famílias apresentam situações de tensão e rigidez que dificultam a mobilidade e evolução harmoniosa do sistema familiar, o terapeuta tem a função de promover o retorno ao equilíbrio, através de um processo dinâmico, envolvendo a família.
Como refere Assis: “Em cada tipo de tensão vivida pela família, sejam internos ou externos, exigirá um processo de adaptação, transformações constantes das interações familiares, a fim de manter-se o equilíbrio e a continuidade da família, conduzindo ao crescimento de seus membros.”[3]
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